segunda-feira, fevereiro 28

Kia Sorento entra na lista de 10 Carros para a Família 2011

Sorento está na lista dos "10 carros para a Família 2011", nos EUA
Desde seu lançamento mundial, no ano passado, o SUV médio Kia Sorento tem recebido muita atenção da mídia, e essa tendência continua: nesta semana, o site norte-americano Kelley Blue Book o elegeu um dos ‘10 Carros para a Família 2011’. Reconhecido pela combinação de boa dirigibilidade, estilo e interior funcional, o Sorento foi o primeiro veículo construído na planta americana da Kia Motors, em West Point, na Geórgia.

O Sorento combina a linguagem de design da Kia com uma lista completa de itens de segurança, conveniência e tecnologia, e, em 2010, foi premiado com um “Top Safety Pick” pelo Insurance Institute for Highway Safety (IIHS), também nos Estados Unidos.

“O reconhecimento do Sorento como um dos ‘10 Carros para a Família 2011’ pelo site Kelley Blue Book é merecido, levando-se em conta seu design marcante e a excelente combinação de desempenho, equipamentos de segurança e recursos para a família”, disse Michael Sprague, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Kia Motors América.

Os editores do Kelley Blue Book julgaram os veículos com base em características que os tornam próprios para a família, incluindo segurança, conforto, economia, facilidades para crianças, preço e bom valor de revenda. Os editores do site acreditam que todos os veículos na lista dos ‘10 Melhores Carros para a Família 2011’ têm condições de proporcionar uma excelente experiência para as famílias.

sexta-feira, fevereiro 25

Dicas para o test-drive em um carro novo

Dicas de test-drive

Comprar um carro novo é um evento especial e um investimento razoavelmente elevado. Por isso, ainda que você tenha se decidido por um determinado modelo por uma série de outras razões (como design, preço ou confiança na marca), é imprescindível fazer um test-drive antes de assinar o cheque.

Dessa forma, você não vai correr o risco de ter que conviver com um modelo que apresenta alguma característica que você não tolera. Veja, abaixo, as dicas.

Primeiro, encare o test-drive com seriedade. Isso significa não só prestar a máxima atenção nos detalhes do carro, mas deixar isso evidente – o que ajuda a convencer o vendedor que você está mesmo interessado em comprar o veículo e, em contrapartida, fornecer todas as informações que você precisa de forma clara e objetiva.

Ao pesquisar opções para o futuro morador da garagem, vale a pena pensar quais são as características mais compatíveis com as condições a que o carro vai ser submetido. Por exemplo, se você pega trânsito intenso, ladeiras ou ruas esburacadas, estradas asfaltadas ou de terra, entre outros.

Esse tipo de demanda deve estar em sua cabeça na hora do test-drive. A avaliação, aliás, começa antes de ligar o motor. Sente-se no banco do motorista e analise o acesso aos comandos básicos do carro, itens do console, painel e a praticidade dos porta-objetos espalhados na parte interna. Ajuste o banco com atenção e veja se você encontra uma posição confortável de dirigir.

E, antes de sair com o carro, combine o tempo do test-drive com o vendedor. Uma simples voltinha no quarteirão não servirá para você avaliar o carro. Vale, antes de ir até a concessionária, planejar um trajeto que contemple as situações de seu dia-a-dia que você listou anteriormente.

Não ligue o rádio durante o trajeto e evite conversas que tirem o seu foco da avaliação do veículo. Um carro novo dificilmente terá barulhos que inevitavelmente aparecem em um usado, mas é essencial você fazer, por exemplo, uma comparação do nível de ruído com o carro que você possui atualmente.

Tente avaliar os mais diversos aspectos do carro, sempre tendo em mente as situações de uso mais constante. Por exemplo: como a suspensão se comporta em curvas ou em uma rua esburacada; se, em trânsito intenso, o motor tem uma boa elasticidade. Lembre-se que, assim como o design dos modelos varia muito, o seu comportamento também acaba sendo bem diferente em determinadas situações.

quinta-feira, fevereiro 24

Kia Motors Uruguay comemora milésima unidade produzida do Kia Bongo

José Luiz Gandini (esq.), presidente da Kia Motors,
e Federico de Posadas, presidente da Nordex, com
o 1º Bongo uruguaio (Foto: Divulgação


A Kia Motors Uruguay comemorou ontem a produção da unidade número 1.000 do comercial leve Kia Bongo K2500, fabricado na linha de produção da empresa, em Montevidéu, desde agosto passado. A Kia Motors Uruguay é parte da holding Gandini Participações e Representações, que também controla a Kia Motors do Brasil.
Atualmente, a Kia Motors Uruguay produz cerca de 25 unidades por dia. A partir da segunda quinzena de março de 2011, passa a fabricar 30 unidades a cada dia, em apenas um turno de trabalho. Os lotes do Kia Bongo K2500 saem da linha de produção de acordo com o Protocolo e Índice de Localização do Mercosul, com cerca de 11 fornecedores do Brasil e 6 do Uruguai e da Argentina.
Das oito versões da linha do caminhão leve Bongo, apenas o K2500, cabine simples, tração 4×2, rodeiro simples, sem caçamba e motor turbo Diesel intercooler é produzido no Uruguai. As demais versões são mantidas por meio da importação.

quarta-feira, fevereiro 23

10 multas que você não acredita, mas são reais

Sinais de trânsito
Sinais de trânsito

Um código de trânsito deve abranger todo tipo de infração, inclusive as mais improváveis, algumas das quais muitos motoristas até duvidam que existam. Entre multas por alta velocidade e desrespeito ao farol vermelho, os guardas brasileiros também marcam (ou deveriam marcar) penalidades mais desconhecidas em seus temidos bloquinhos, como motoristas que andam com o braço para fora do veículo ou, então, àqueles que por descuido acabam parados na estrada por falta de combustível. Conheça algumas dessas infrações que poucos esperam receber em casa:
1 - Banho no ponto de ônibus
A cena já é conhecida em dias de chuvas. Poças d’água se formam e muitos carros acabam passando por cima delas e arremessando o líquido para todos os lados, atingindo outros veículos e, principalmente, pedestres. Essa ação, seja ela com ou sem intenção, é considerada uma infração leve que desconta 4 pontos na CNH e custa ao condutor R$ 80,00.  A mesma regra vale para o caso de arremesso de detritos.
2 - Cinzeiro
Terminou o cigarro e jogou a bituca para fora do veículo ou então acaba de por um chiclete na boca e lançou a embalagem para o lado de fora do carro? Pois bem, se um oficial de trânsito o ver fazer isso aplicará uma multa leve de 4 pontos também no valor de R$ 80,00. O mesmo vale no caso de derramamento de líquidos pela janela.
3 - Mesquinho
Ter o veículo parado na via por falta de combustível, a chamada pane seca, também está entre as infrações do Código de Trânsito Brasileiro. Abastecer o carro, além da manutenção preventiva, é um dos cuidados que o motorista deve ter. Quem for pego nessa situação leva uma multa leve de R$ 80,00.
4 - Perseguição ao enfermo
O vácuo deixado por um veículo de emergência no trânsito pesado é um convite para motoristas ganharem tempo. Mas a prática, um tanto perigosa pois é preciso andar em alta velocidade em espaços diminutos, é proibida segundo o nosso código de trânsito. Não só isso, a infração é considerada grave (5 pontos na CNH) e custa R$ 120,00. Viaturas de polícia, ambulâncias, carros de bombeiros e carros da CET são alguns dos chamados “veículos de emergência” com permissão para usar sirene.
5 - Visão de infravermelho
Se você consegue dirigir na chuva sem precisar acionar os limpadores do para-brisa, saiba que além de um privilegiado você também pode ser considerado um fora-da-lei. A prática, considerada perigosa pelo Contran, é uma infração grave e custa R$ 120,00.
6 - Dedo duro
Dispositivos anti-radar também são proibidos pelo código de trânsito nacional. Além de ser considerada uma infração gravíssima (7 pontos na CNH) de R$ 180,00 o motorista tem ainda seu veículo apreendido pelo órgão fiscalizador. Esse tipo de recurso inibe a ação de máquinas de fiscalização que captam os veículos por meio de ondas de radar. A maioria dos equipamentos usados atualmente no Brasil funciona com fotocélula. No entanto, dispositivos do tipo “alerta-radar”, comuns em sistemas de navegação GPS, são permitidos.
7 - Atendente de telemarketing
Dirigir falando ao celular é uma infração que todos conhecem e temem. Mas quem pensa que apelar para fones de ouvido é uma solução se engana. A prática também é proibida por lei, seja para fins de telefonia ou para escutar música. O corretivo é uma multa média de R$ 80,00.
8 - Trio elétrico
Usar a buzina prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto é uma infração leve que desconta 3 pontos da carteira de motorista. Buzinar por outros motivos que não sejam para alertar quem está ao redor também é passível de multa leve. As duas infrações custam ao condutor autuado R$ 50,00.
9 - Vidente
Não acionar as setas direcionais antes de mudar a trajetória do carro, por mais que seja uma ação comum no trânsito para motoristas distraídos, não só é proibido como também é uma infração grave que desconta 5 pontos da carteira de motorista. O código de trânsito também especifica que o motorista deve indicar com antecedência, mediante gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de direção, o início da marcha e a realização de uma manobra de estacionamento.
10 - Bronzeado parcial
Dirigir com o braço para fora do veículo pode até ser agradável em dias quentes, mas é uma situação que coloca a integridade física do motorista em sérios riscos em casos de colisões. Para inibir a ação, a CET autua motoristas que forem flagrados dirigindo nessa condição com uma multa média de 4 pontos e R$ 80,00.

terça-feira, fevereiro 22

Kia Optima fica entre 10 melhores de 2011 no site CarsDirect.com, nos EUA

O novo Kia Optima está colecionando prêmios e elogios desde que chegou às concessionárias da Kia nos Estados Unidos, em dezembro passado. Agora, foi escolhido um dos 10 modelos que prometem ser destaque em 2011 pelo site CarsDirect.com.

Kia Optima 2011

Além da designação do CarsDirect.com, o novo Optima foi recentemente aclamado como 'Melhor Modelo Novo' pela revista mensal Kiplinger's Personal Finance, 'Melhor de 2011' pelo site Cars.com e reconhecido com um 'Top Safaty Pick' pelo Insurance Institue for Highway Satety (IIHS). O mais recente veículo da Kia Motors combina estilo dinâmico, tecnologia de ponta, itens de segurança, potência e eficiência de combustível.

Os editores do CarsDirect.com afirmaram que o Optima está pronto para derrubar os pilares da categoria sedã médio, e tem todas as características para ser um grande sucesso. Eles também observaram que o Optima consegue atingir equilíbrio entre direção esportiva e de qualidade. "O reconhecimento do Optima como um dos 'Top 10 carros para se prestar atenção em 2011' pelo site CarsDirect.com é um tributo ao seu belo design e excelente dirigibilidade", disse Michael Sprague, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Kia Motors América.

segunda-feira, fevereiro 21

Coreanos: ter ou não ter?

Vale a pena partir para um coreano
Vale a pena partir para um coreano
Repare na garagem do vizinho, dos amigos ou dos familiares. É bem provável que você conheça alguém que tenha um carro coreano. E se não tem, pensa em ter. Tímidos por aqui até a década passada, os veículos da HyundaiKia e Ssangyong (principalmente os das duas primeiras) têm conquistado clientes vindos, em sua maior parte, das marcas norte-americanas e japonesas – e, mais raramente, até das alemãs.
Verdade seja dita, o desejo pelos coreanos – que parece não ser passageiro – foi iniciado pela Hyundai, que começou a vender Tucson e Azera por preços irresistíveis. Sabe-se lá como o grupo CAOA (representante da marca por aqui) comercializava o sedã por valores que variavam de R$ 70.000 a R$ 80.000, quando o preço cobrado pelos concorrentes, menos potentes e equipados, nunca era inferior a R$ 85.000. Fato é que os coreanos viraram a cabeça do brasileiro, encantado com a oferta abundante de equipamentos aliada a preço convidativo e, mais recentemente, pelo belo design de seus novos modelos. A co-irmã Kia aproveitou o embalo e vem despejando uma enxurrada de novidades por aqui – que deve continuar em ritmo forte durante 2011
Mas o que atrai o consumidor para um carro coreano? Por outro lado, o que joga contra esses modelos trazidos do outro lado do mundo? Veja a seguir.
Fotos: Divulgação
Cerato custa o mesmo, mas oferece muito mais itens
O primeiro fator que levou aos 164.114 emplacamentos de coreanos em 2010 foi a relação custo-benefício. Veja o caso do Kia Cerato. Assine um cheque de R$ 53.400 e leve para casa um carro com câmbio de seis marchas, motor de 126 cv, airbag duplo, volante com comandos do rádio, entre outros itens. Sabe qual Honda City você compra por esse valor? Nenhum. A versão de entrada DX, com motor de 115 cv (mas com a vantagem de ser bicombustível), custa R$ 55.420 e nem rádio traz. Com revestimento em couro, rodas de 17 polegadas, câmbio automático de seis marchas com paddle shifts e ar-condicionado digital, o coreano pula para R$ 64.900, enquanto o Honda equivalente em equipamentos vai a salgados R$ 72.625.
Embora modelos como o Sonata e ix35 não sejam exemplos de relação custo-benefício, vale lembrar que se tratam de lançamentos, e que seus preços tendem a cair – no caso do sedã, novas versões mais baratas chegarão em breve, tornando-o mais competitivo frente a Ford Fusion e cia. Mas a relação custo-benefício, em geral, é mais atraente num showroom coreano.
“O cliente entra na nossa loja buscando custo benefício. Ele quer um pacote interessante de equipamentos, por um preço atraente”, atesta um vendedor da CAOA Ibirapuera. Sua percepção é confirmada por Danilo Moraes, dono de um Kia Cerato 2010 automático. “Achei interessante o valor pelos recursos e acessórios que ele tem”, diz o empresário paulista.
Fotos: Divulgação
Coreanos têm ditado as tendência atualmente
Ok, o Azera é o conservadorismo sobre rodas e o Tucson é mais sem graça do que dançar com a irmã. Mas levante a mão quem não torceu o pescoço quando viu os Hyundai Sonata e ix35 pela primeira vez na rua. E se encantam por fora, também conquistarão quem compra carro de dentro pra fora. O acabamento já alcançou o nível dos japoneses, mas vão além com ousadia e novas cores e texturas. Nesse quesito, a Hyundai parece estar um pouco à frente da Kia.
O investimento em design de ambas, que lá fora fazem parte do mesmo grupo, é uma das prioridades. Tanto é que a Kia foi buscar na Audi seu designer. Peter Schreyer virou quase celebridade por conta de suas plásticas em Cerato e Sportage, além da originalidade do Soul. E esperem até a chegada do Optima.
Fotos: Divulgação
Hyundai vende até mesmo sedãs tão sofisticados quanto os alemães
Ter um coreano não é o mesmo que estacionar na garagem Audi, BMW ou Mercedes-Benz. Mas dá mais status que muita marca instalada no País há tempos. Talvez pelo fato de nenhuma das marcas ter um carro popular – até mesmo o Picanto, o mais barato de todos, se destaca frente aos concorrentes como carro descolado.
Mesmo quem já tem certa idade confere uma imagem diferente ao seu dono. “O Tucson tem um certo status, porém por ser um modelo ultrapassado dá impressão de que um dia foi carrão", analisa o executivo de Vendas Gustavo Veiga.
Fotos: Divulgação
Motores de injeção direta e diversos sistemas de segurança são comuns nas versões de entrada
O novo motor de injeção direta de combustível da Hyundai ainda não chegou ao Brasil, mas ainda assim seus carros estão à frente da concorrência na maioria dos casos – exceto pelo Tucson, um carro mediano, sem muitos avanços tecnológicos. Veja o Sonata, por exemplo. A versão comercializada por aqui tem bloco de 2.4 litros, de alumínio, que rende 182 cv. O Chevrolet Malibu, com a mesma litragem, chega a 171 cv. No quesito segurança, são oito airbags e freios com EBD (distribuição eletrônica de força), além do controle de estabilidade.
Falando em segurança, o Kia Sportage tem, por exemplo, encostos de cabeça dianteiros ativos, que amenizam o estrago no caso de impactos frontais ou traseiros. Já seu motor alcança 166 cv tendo o mesmo tamanho do propulsor utilizado no Honda CR-V, que gera 150 cv. Isso se reflete em economia. Até mesmo o câmbio automático de apenas quatro velocidades do Cerato (que na linha 2011 ganha duas marchas) consegue agradar: “me surpreendeu, não esperava que fosse tão econômico”, explica Moraes. A satisfação, no entanto, não é total.  “Esperava que fosse um carro silencioso, pois prezo muito esse quesito. Mas me decepcionei com o barulho interno e por não ser tão macio”, completa o empresário.
Fotos: Divulgação
Para facilitar importação, Hyundai só oferece poucas opções de cores
Aqui começam as desvantagens dos coreanos, que são inflexíveis em alguns sentidos – o primeiro deles é justamente a falta de motor flex. Exceto pelo Soul (já à venda) e o Cerato (que chega em breve), nenhum outro veículo trazido da Coréia do Sul tem motor bicombustível. 
Outro problema é uma paleta de cores um tanto “triste”. A Kia ainda tem várias cores interessantes, como vermelho, amarelo, cinza, azul, marrom, laranja. Já no show-room da Hyundai, você pode escolher qualquer cor, desde que seja preto ou prata.
Fotos: Divulgação
Valor de revenda já foi ruim, mas hoje começa a igualar japoneses
E na hora de vender um coreano? Uma pesquisa rápida no site da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostra que, em geral, esses carros desvalorizam mais que os japoneses. Ao tirar da concessionária um Honda Civic ou um Toyota Corolla, você perde, de cara, algo em torno de 8%. No caso do Kia Cerato, essa perda sobe para 14,3%. Os anos passam e a queda de preço aumenta: Civic ou Corolla 2010 custam 15% e 16%, respectivamente, a menos que o modelo 0 km. Já com o Cerato a desvalorização é de 40,5%, ainda de acordo com os dados da Fipe.
FONTE: Carros IG

sexta-feira, fevereiro 18

Unidas no mundo, Kia e Hyundai adotam estratégia diferente no Brasil

A nova fábrica da Hyundai, que está sendo construída em Piracicaba (SP), vai acirrar a disputa no segmento de carros pequenos, onde os coreanos ainda não atuam.

Uma parceria que no mundo ajuda duas marcas a formarem uma força única para competir no mercado, tomou, no Brasil, um caminho inverso. Na tentativa de evitar que uma dívida tributária com o governo federal atrapalhe a conclusão da construção de uma fábrica em São Paulo, o grupo Hyundai/Kia decidiu apresentar-se de maneira separada no Brasil.

Não se trata de um divórcio verdadeiro. O namoro está mais sério do que nunca. Mas quase fingir que um não tem nada a ver com o outro poderá ajudar na estratégia do grupo. Sob essa ótica, a Hyundai quer passar ao largo das disputas judiciais enfrentadas no Brasil pela Kia Motors, que tenta na Justiça evitar que recaiam sobre ela dívidas tributárias cobradas de uma empresa da qual foi sócia nos anos 90.

A estratégia busca ignorar a histórica parceria. Em meio à crise nas montadoras coreanas, em 1998, a Hyundai, o grupo mais forte do setor naquele país passou a controlar a Kia. Hoje a empresa é a sua maior acionista, com uma participação próxima de 38%. Nessa aliança com a Hyundai, a Kia carregou a Asia Motors, uma operação fracassada, que havia adquirido um ano antes, e que acabou sendo fechada.

No meio da história apareceu um antigo projeto de construção de uma fábrica da marca Asia Motors no Brasil, que envolvia como sócios importadores locais. O projeto usou benefícios fiscais do regime automotivo, mas deixou uma dívida que chega a R$ 1,7 bilhão, em fase de execução fiscal na Justiça hoje.

Com o encerramento das atividades da Asia Motors, restou ao fisco brasileiro cobrar a conta não paga de seus sócios. Tramitam na Justiça Federal várias execuções fiscais contra a Asia Motors do Brasil. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tenta responsabilizar, além da AMB, seus três sócios brasileiros e a Kia Motors.

O problema é que se o fisco conseguir emplacar na Justiça o argumento de que a Kia, como controladora da Asia Motors do Brasil, deve ser responsabilizada pelas suas dívidas, a conta pode acabar recaindo sobre a Hyundai. A Kia não tem patrimônio e nem CNPJ no Brasil, uma vez que atuava apenas como sócia estrangeira da Asia Motors do Brasil. Logo, a Justiça pode entender, diante de argumentos do fisco, que nesses casos cabe à controladora - portanto à Hyundai - pagar a conta.

No ambiente em que velhos parceiros parecem ter se afastado, prevalece o silêncio e muita descrição no momento em que o mais importante para o grupo no país é erguer sua nova fábrica, no terreno de mais de um milhão de metros quadrados na proximidade da rodovia Luiz de Queiroz (SP 304), em Piracicaba. Os importadores locais não dão entrevistas. A matriz na Coréia preferiu adiar respostas às questões enviadas pelo Valor.

A Prefeitura de Piracicaba está em clima de festa por finalmente ver o início da construção de um projeto para o qual assinou um compromisso de sigilo há três anos. No terreno da obra, vizinha a um enorme canavial, não se faz propaganda de que ali está para nascer uma das futuras maiores montadoras do Brasil. O nome da Hyundai aparece apenas na pequenas placas que servem para orientar os caminhões que levam material para a construção. Mas a fábrica que ainda não existe pode ser imaginada nas placas que determinam onde ficará cada etapa da linha, como pintura, estamparia, etc - com fundo azul e letras em branco, as informações estão em português e coreano.

Até agora a Hyundai não é ré em nenhuma das ações abertas pelo fisco contra a Asia Motors do Brasil e suas sócias. Nem mesmo Kia responde pelas dívidas - trata-se de uma tentativa do fisco de responsabilizá-la. No entanto, fontes que acompanham de perto as negociações envolvendo o setor automotivo afirmam que a dívida de R$ 1,7 bilhão já foi tema de conversas de representantes da Hyundai com candidatos à Presidência da República no ano passado.

A solução para o impasse é muito mais política do que jurídica. De um lado, o governo, para abrir mão da cobrança da dívida em prol da instalação de uma montadora do porte da Hyundai no país, depende da aprovação de uma lei garantindo anistia e perdão de dívidas a quem descumpriu as regras do regime automotivo - um ônus político difícil de engolir. De outro lado, insistir na cobrança da dívida significa deixar para a Justiça a palavra final sobre a responsabilidade da Hyundai, e, consequentemente, em aberto a possibilidade de que a gigantesca fábrica em construção em Piracicaba seja penhorada por uma decisão judicial assim que abrir as portas.

No mundo, já se tornou comum na indústria automobilística adotar as parcerias como forma de reduzir custos no desenvolvimento de projetos e reforçar vendas, Hyundai e Kia se juntaram, mas mantém estratégias de marketing e vendas separadas, em todo o mundo. Isso acontece, por exemplo, com Peugeot e Citroen, que pertencem a um único grupo. Ou mesmo Renault e Nissan. A parceria aparece até no esporte. Recentemente a Fifa anunciou que o grupo Hyundai/Kia será patrocinador nas próximas três copas do mundo.

FONTE: INTELOG