Designer Peter Schereyer |
No Salão de Detroit, a coreana Kia repete o mesmo feito do Salão de São Paulo. O design de seus modelos conseguem olhares atentos e elogios dos que passam. O visual tem sido um elemento importante na renovação da linha Kia em todo o mundo e, para conseguir espaço dos EUA, a marca criou um novo conceito, de olho no gosto americano, a van KV7. Quem lidera este novo projeto é Peter Schreyer, chefe de design global da marca. Principal responsável por essa nova fase, ele acredita que criar uma identidade visual única foi fundamental para estabelecer um novo padrão de qualidade. Mas o segredo está em deixar que cada modelo tenha suas particularidades. Confira a entrevista exclusiva.
O conceito KV7 tem um visual típico da Kia, mas não se parece muito com os outros modelos da linha. Isso é sinal da procura por novos caminhos?
Tentamos resgatar o visual clássico da van. Sempre que tentam fazer um projeto deste segmento, transformam em um fora-de-estrada, ou em um esportivo, tentam esconder o principal: o fato de que ela é uma caixa. Vans são quadradas e não há problema algum nisso. Então trabalhamos com essa característica na tentativa de ressaltar outros elementos associados à van, como a liberdade e a praticidade. Então mantivemos a linha Kia, mas quando se trabalha com um modelo como este, não podemos tratar como um sedã. É uma nova direção, mas não pode significar que é uma direção para todos os modelos.
Acha que é possível que o KV7 chegue às ruas próximo de seu visual atual?
Nossos últimos conceitos foram produzidos com linhas muito próximas das versões originais. Acredito que muitas das ideias colocadas no KV7 possam ir para um futuro modelo na linha do Carnival.
No último Salão de São Paulo, o estande da Kia foi um dos mais elogiados pelo visual dos modelos. O mesmo parece se repetir pela Europa e aqui nos Estados Unidos. Como você se sente com o que realizou até agora?
Fico muito feliz quando estou na China, na Coréia ou na África e vejo diferentes pessoas dirigindo um mesmo modelo, como o Soul, por exemplo. Elas estão sempre orgulhosas e satisfeitas da escolha que fizeram e das características que cada carro traz. Fico muito feliz que notem e apreciem os detalhes que temos tanto cuidado em criar.
Kia KV7 Concept no Salão de Detroit |
E isso acontece em todo o mundo, os carros agradam em vários países, com culturas e gostos diferentes? É realmente possível criar um produto que agrade globalmente?
Veja só [tira um iPhone do bolso e mostra]. Está vendo? Isso já acontece.
Então a Kia está se tornando uma Apple dos carros? Qual você acha que é o principal motivo disso?
O principal foi criar uma identidade que unisse toda a linha e agradasse. Não pensamos apenas em um mercado, mas sim na marca. Isso acontece com a BMW. Uma BMW é uma BMW em qualquer lugar. No caso do KV7 nós precisávamos tratar as características específicas de um projeto para uma van, mas com a identidade Kia. E isso deveria ficar claro. Mesmo que sua versão de produção não seja vendida na Europa, por exemplo, as pessoas de lá podem vir para os EUA, ver uma unidade na rua e dizer, “olha, é um Kia”.
Você acredita que a primeira fase de renovação da Kia já terminou?
Não penso como o fim de uma fase e o começo de outra. É um trabalho contínuo, que tem que despertar interesse nas particularidades de cada projeto. Eu gosto de inovar um pouco a cada carro. É necessário. Então temos que andar passo a passo. É como no futebol, temos que olhar cada jogo, mas sem perder de vista o objetivo geral.
FONTE: Auto Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário